Neste dia 12 de março comemoramos 472 anos de história e beleza. Plantada à beira-mar e cortada por extensos rios e pontes, a cidade do Recife nasceu e se desenvolveu em torno da chegada e partida dos barcos e navios em seu porto. Seu nome é uma variação da antiga forma arrecife, que do árabe ar-cif significa dique, alusão aos rochedos de corais abundantes ao longo do litoral.
A mais antiga referência sobre o Recife é de 1537, no documento Foral de Olinda, no qual está determinado o estatuto jurídico da propriedade da terra. Um pequeno mundo, um povoado, não muito distante de Olinda (apenas 6km ao Norte), que era o lugar central do poder e da riqueza da capitania de Pernambuco, governada nos primeiros tempos, por Duarte Coelho. Nesta época, o Recife era apenas parte do território de Olinda, o que durou até 1709.
Recife já apresentava sinais de prosperidade no século 16 e iria expandir ainda mais no século 17. O seu porto - mais uma vez ele - consolidava-se como espaço privilegiado. O chamado sítio urbano se alargava e o rico açúcar produzido na região despertava a cobiça de outros povos, como os holandeses que, em 1630, desembarcaram na região com 67 navios e sete mil homens.
Os novos conquistadores dominaram a região por 24 anos e a fizeram prosperar. O conde Maurício de Nassau trouxe para o Recife os pintores Frans Post e Albert Eckout e cientistas como Willem Piso e Jorge Marcgrav. Iniciava-se, sem dúvida, um período de prosperidade e o Recife começava a tomar ares de uma cidade moderna. Os tempos de Nassau ficaram na história como gloriosos e marcaram o processo de urbanização da cidade, que esteve sob domínio holandês até 1654.
Ocupando o espaço deixado pelos holandeses, comerciantes vindos de Portugal vêm para o Recife. A prosperidade do povoado, impulsionada pela ascenção econômica dos portugueses, chamados com desprezo de 'mascates', é vista com desconfiança pelos olindenses, senhores de engenhos arruinados pelas dívidas. O conflito entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses desencadeia a Guerra dos Mascates. Os novos moradores do povoado saem vitoriosos e elevam Recife à categoria de vila independente, em 1710, com um governo municipal instalado.
No século 19, a história da cidade é marcada por conflitos políticos: a Revolução de 1817; a Confederação do Equador, de 1824; a Revolução Praieira, de 1848. O Recife vivia com inquietações constantes e não se subordinava ao poder central, desafiando as ordens vindas do Rio de Janeiro. Não era mais uma vila, nem estava subordinado a Olinda. Tornou-se cidade em 1823 e capital pernambucana, em 1827.
De uma vila de pescadores, o Recife tornou-se uma cidade rica em história, cultura e monumentos. São igrejas seculares, pontes, fortificações, ruas antigas e estreitas que convivem, atualmente, com amplas avenidas. Hoje é uma metrópole com cerca de 1,5 milhão de habitantes, ocupando um território de 221km².
Continua "serena (...) metade roubada ao mar, metade à imaginação", como recitou um de seus poetas mais ilustres, Carlos Pena Filho. Nasceu do sonho dos homens e se inventa a cada dia.
Foto: Lú Almeida
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Luka,
ResponderExcluirJá estive em Recife e além de ser uma terra linda, a população é muito acolhedora. Senti-me em casa.
Cris
Parabéns pra Recfe, Luka!!
ResponderExcluirUm dia ainda vou conhecer essa bela cidade.
Beijão
Parabéns pela cidade Luka, já estive aí em 92 e é realmente lindo! Aliás conheci o litoral pernambuco quase todo. Porto de Galinhas é sensacional, já fui duas vezes...
ResponderExcluirParabéns pra Recife e Olinda também.
ResponderExcluirBeijos.