Cleptomania, você sabe o que é?

Não confunda cleptomaníaco com ladrão: saiba como identificar os sintomas deste mal. “A cleptomania caracteriza-se pela recorrência de impulsos em furtar objetos desnecessários para uso pessoal ou por seu valor monetário e, infelizmente, o indivíduo não consegue resistir a esse impulso”, define o psicólogo da Universidade Federal de São Paulo e coordenador do SOS TOC Armando Rezende Neto.

A cleptomania não tem idade certa para começar. Normalmente quando ocorre em crianças e adolescentes, é uma maneira de chamar a atenção dos pais. Mas isso não quer dizer que a pessoa sofrerá da doença pelo resto da vida. Como é um comportamento baseado na compulsividade, ele pode ser substituído por outras manias, como distúrbios alimentares ou jogadores compulsivos.



Esse raro transtorno, de acordo com relatos de consultórios, ficou popularmente conhecido depois da exibição de uma novela da Rede Globo, América, na qual o tema foi abordado pela autora Glória Perez e vivido pela atriz Christiane Torloni.
“A prevalência da cleptomania ainda não é conhecida, estima-se que varia entre 3,8% a 24% dos indivíduos detidos por furto. É um transtorno raro, mas não se sabe ao certo se a causa é porque sua ocorrência é pequena ou porque a procura por um tratamento adequado ainda é barreira para os cleptomaníacos”, explica Armando.

O que desencadeia
Segundo Armando Rezende Neto, existem fatores psicológicos, em que os sintomas tendem a aparecer em períodos de estresse significativo, como perdas, separações e término de relacionamentos importantes.

Seu início, segundo alguns autores, está ligado a impulsos agressivos mal resolvidos na infância do indivíduo. A cleptomania também pode ser desencadeada por fatores biológicos, que estão relacionados a doenças cerebrais, com hipóteses de perturbações no metabolismo das catecolaminas, um tipo de neurotransmissor.

Características do cleptomaníaco

“Os cleptomaníacos, em geral, são pessoas instruídas e com dinheiro para pagar pelos objetos que furtam impulsivamente. O furto não é planejado e nem envolve outra pessoa”, relata o psicólogo. “Eles nem sempre consideram a possibilidade de serem apanhados. Às vezes, sentem culpa ou ansiedade após o furto, mas não sentem raiva ou desejo de vingança. Os cleptomaníacos têm sérios problemas com relacionamentos interpessoais e, de modo freqüente, mostram sinais de perturbação na personalidade”, completa.

É muito importante não confundir um cleptomaníaco com ladrão. “O portador desse transtorno não pode ser considerado um criminoso, pois ele sofre de um mal clínico, uma doença que precisa de ajuda para ser controlada. Mas como aparentemente não é possível distinguir um larápio de um cleptomaníaco, só saberemos se ele não será preso em flagrante delito se apresentar documentos que comprovem sua patologia, caso contrário, ele será autuado como um assaltante qualquer”, afirma o delegado de polícia Ericson Salles Abufares. “Os cleptomaníacos têm uma característica comum aos ladrões: aproveitam-se do fato de ninguém estar observando para poderem agir. Geralmente, furtam objetos que cabem na palma da mão ou de pequeno valor econômico, como shampoos, perfumes e gravatas”, completa.

Tratamento Assim como o TOC, transtorno obsessivo-compulsivo, a cleptomania não tem cura. “Não se fala em cura, apenas se pensa em retirada dos sintomas. Existem estudos de terapia comportamental com acompanhamento dos pacientes por até dois anos que apresentaram bons resultados. A psicanálise também obtém sucesso, mas depende da motivação do paciente. Quanto à medicação, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, que é um neurotransmissor, têm sido utilizados com relativa eficácia”, esclarece Armando.

Esse transtorno causa sérios problemas sociais e afetivos, levando a problemas comprometedores para a vida do doente. A proporção entre sexos também é desconhecida, mas parece ser mais comum entre mulheres. A melhor estratégia, exercida pelos familiares e amigos, é estabelecer um diálogo aberto, tentando convencê-lo a conversar com os mais próximos sempre que possível e procurar um tratamento adequado, estabelecendo metas e prazos para que o paciente consiga desenvolver real controle de suas ações.

Fonte:Paranaonline, Uol Saúde

7 comentários:

  1. cleptomania pobre nem pensar...nao consigo me imaginar furtando coisas de outras pessoas sem querer.

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  2. É uma doença e precisa ser tratada adequadamente. Um abraço. Drauzio Milagres.

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  3. Só sabe quem é quem passa por tal situação.
    Hoje sei que isso é real, pois sofro em minha pele esse mal.
    Além de ser constrangedor é algo incontrolável.
    Sei que só Deus e os profissionais da área para me livrar de tal anomalia.
    Estou sofrendo, envergonhado e sem rumo.
    Roberto Figueiredo

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  4. Desde de adolescente sofro desse mal, sempre furtando coisinhas sem valor, na ânsia, mas não entendia o porque,ja que dpeois do ato me sentia extramamente envergonhada e arrependida. Hoje sou adulta bem sucessedida,mas aidna sinto o desejo de agir assim em momentos de euforia, acontece sem eu perceber, quando vejo ja fiz a burrada,não consigo controlar, gostaria de saber onde buscar ajuda porque não aguento mais essa vida que ando levando. Essas informações postadas aqui são de grande valia,mas confesso que ainda ando meio perdida, ñão sei onde buscar ajuda.... mas oro a Deus pra me livrar dessa doença que não me deixa andar tranquila no meu dia a dia, eu nunca sei quando a inpulsão vai tomar conta de mim.

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  5. Amigos, uma profissional é o melhor caminho para ajudar vocês.
    Imagino o transtorno que tudo deve causar na vida de cada um. Mas vamos pedir a Deus, muita Fé que tudo na vida tem solução.
    Agradeço seus comentários.
    Bjos com muito carinho,
    Luka

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  6. Olá, tenho 30 anos e comecei a roubar àuns 2 anos, coincidentemente depois que comecei a tomar "paroxetina" para "síndrome do pànico" e depressão... Ainda n~~ao sei se sou apeanas uma ladra comum ou se sou ou me tornei uma cleptomaniaca.. Eu "pego coisas que nem sempre me enteressam, coisas pequenas como batons, chupetas, mas também pego coisas grandes com ursinhos de pelucia,cadernos,Picanha.. É meio engraçado..,Eu não me sinto envergonhada depois, ao contrário , tenho até um certo orgulho dos meus troféus.. Sei que não é correto, mas não consigo MESMO evitar, acho que gosto da emoção do momento, e nunca tenho medo de ser pega, nem cogito essa pocibilidade, pois acho que eu encontraria uma forma de resolver com dinheiro. Não sou rica, mas tenho algum dinheiro.. Ah sim , fico muito triste de pensar que eu posso ser presa um dia e separada dos meus filhos..Será que sou cleptomaniaca???

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  7. Estou sofrendo mto, pois não tem hora e nem lugar para vim essa compulsão. Acabei de fazer isso no meu serviço e aqui tem cameras e estou com mto medo de me descubrir pois eles vão descubrir nem sei o q dizer pra minha mãe, eu já fui presa mas não por ter roubado e sim assinar o cartão que minha prima roubo nos estavamos juntas e além de ser filha unica tenho 22 anos e sofro deste problema desde de criança ouve tempos em que não fazia mas é inconstante já fiquei anos sem cometer esse erro mas agora não sei mais me controlar estou só pensando no que vai acontecer comigo e no sofrimento de minha mãe que é tudo que mais amo,tomo remedio e já liguei pro psicologo mas Deus vai me ajudar e hoje ainda vou devolver o dinheiro e isso eu consigo fazer pq já devolvi outras coisas que peguei...
    Bjus e pode me aliviar lendo os comentarios e escrevendo este !!!

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