Jornal mais antigo da Améria Latina

O jornal mais antigo em circulação na América Latina, o Diário de Pernambuco foi fundado no dia 7 de novembro de 1825, pelo tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão, no Recife.
Na data da sua fundação o Recife ainda não era a capital da província de Pernambuco (e sim Olinda), o que só veio a acontecer em 15 de fevereiro de 1827.

O Diário nasceu na Rua Direita, número 267, no bairro de São José, na residência do seu fundador.

Custava 40 réis e foi criado no formato 24,5 x 19cm, como uma simples folha de anúncios, com avisos de compra e venda de imóveis, objetos, leilões, aluguéis, roubos, perdas e achados, fugas e apreensões de escravos, viagens, além de informar a hora de entrada e saída de embarcações no Porto do Recife.

Em 1828, a Tipografia do Diário ou Tipografia Miranda & Companhia mudou-se, indo instalar-se na rua das Flores (hoje Matias de Albuquerque) onde funcionou até 1831.


Da Rua das Flores foi para a Rua da Soledade (então chamada de Corredor do Bispo), nº 498 e daí para a casa D1, da Rua do Sol, depois pára o Pátio da Matriz de Santo Antonio. Mudou-se ainda para a Rua das Cruzes, a Rua Duque de Caxias, nº 42 e, em 1903, para o seu endereço mais famoso, um edifício de estilo neoclássico situado na Praça da Independência, conhecida pelo povo pernambucano como Pracinha do Diário, onde permaneceu por 101 anos.

Em julho de 2004, o jornal Diário de Pernambuco mudou sua sede mais uma vez para a Rua do Veiga, 600, em Santo Amaro.
Problemas de acesso ao centro e dificuldade de estacionamento influenciaram a decisão de mudar a redação do jornal para o prédio dos Diários Associados em Pernambuco.

O antigo prédio do jornal, na Praça da Independência, foi adquirido pelo Governo do Estado de Pernambuco e abrigará um Memorial do Diário, com peças e documentos sobre sua história e acervo do Arquivo Público Estadual.

O Memorial possibilitará o resgate e a preservação da trajetória do jornal, reunindo em exposição permanente de acesso público, os primeiros números, edições históricas, equipamentos antigos como o primeiro prédio em madeira, de 1825, máquinas de escrever, câmeras e prensas antigas.

O Diário teve como proprietários além do seu fundador, Antonino José de Miranda Falcão, o comendador Manuel Figueiroa de Faria (1835); o ex-senador do Império e líder político de Pernambuco conselheiro Rosa e Silva (1901); o industrial Carlos Benigno Pereira de Lima (1912); a cadeia dos Diários e Emissoras Associados, fundada por Assis Chateaubriand (1931); um Condomínio Associado, uma parceria entre jornalista e empresários pernambucanos (1994) e finalmente, em 1997, voltou novamente para as mãos dos Diários Associados.

Durante sua longa trajetória o Diário de Pernambuco sofreu censura em várias ocasiões, foi vítima de perseguições, empastelamento e depredação, teve jornais rasgados e queimados e deixou de circular em alguns dias nos anos de 1911, 1912, 1931 e 1945.

Porém, durante todos esses anos, contou a história pernambucana, brasileira e mundial através de suas páginas: a Revolução Praieira (1848); a Proclamação da República (1889); a Primeira Guerra Mundial (1914-1918); a chegada do Zepelim ao Recife (1930); a Segunda Guerra Mundial (1939-1945); o suicídio de Getúlio Vargas (1954), a criação da Sudene (1959); a inauguração de Brasília (1960); o Golpe Militar de 1964; a chegada do homem à lua (1969) e tantos outros fatos históricos importantes.

Na passagem do ano de 1920 para o de 1921, foi inaugurado o carrilhão (relógio que marca as horas com música) do Diário, instalado na cúpula do prédio da Pracinha, que toca a cada trinta minutos e que só deixou de funcionar na época da Segunda Guerra Mundial.

Em 1925, o centenário do jornal foi comemorado pela sociedade pernambucana, repercutindo em todo o Brasil e até no exterior. A edição do dia do aniversário (7 de novembro) circulou com 60 páginas, trazendo na capa uma ilustração do artista gráfico Manuel Bandeira. Houve homenagem de várias instituições.

Um dos marcos das comemorações foi o lançamento do Livro do Nordeste, idealizado e coordenado pelo sociólogo Gilberto Freyre, que reuniu uma equipe de intelectuais que escreveram sobre temas nordestinos e históricos. Um acontecimento histórico marcante, foi o assassinato do estudante Demócrito de Souza Filho, na tarde de 3 de março de 1945, pela polícia política, durante concentração popular na Praça da Independência, quando caiu baleado na sacada do prédio do Diário.

A coleção do Diário está preservada através de microfilmes, desde o número um e pode ser consultada no setor de microfilmagem da Fundação Joaquim Nabuco.

A tradição do jornal mais antigo em circulação na América Latina será, desse modo, além de preservada difundida para as futuras gerações.
Fonte: FUNDAJ

4 comentários:

  1. Parabéns por sua escolha, eu particularmente não tinha a mínima noção e agora graças a você e a sua pesquisa, aprendi.
    Deus te abençoe

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  2. Interessante, Luka. Não imagina que este tinha sido o primeiro. Vivendo e aprendendo. Parabéns!

    Beijo

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  3. Luka, parabéns pela matéria, não tinha conhecimento disto. Parabéns ao Diário de Pernanbuco por se manter em circulaçao por todo este tempo. Obrigado por nos trazer esta curiosidade do seu lindo estado.
    Abraços

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  4. Olá, Luka!

    Esse jornal foi e continua sendo de muita importância para a história do Braisil. Muitas passagens de nossa história tiveram cobertura desse jornal Diário de Pernambuco.

    Abraços

    Francisco Castro

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