Algumas personalidades Pernambucana


MESTRE SALUSTIANO

Manoel Salustiano Soares, conhecido como Mestre Salustiano ou Mestre Salu nasceu em Aliança, zona da mata norte de Pernambuco, no dia 12 de novembro de 1945.
Seu pai, João Salustiano, era um tocador de rabeca e foi quem o ensinou a fazer e a usar o instrumento. Mestre Salu usa praíba, imburana, pinho, mulungu e cardeiro para fazer suas rabecas, pois segundo ele são as melhores madeiras para produzir o som.
Durante a infância participou de brincadeiras e folguedos populares existentes nos engenhos de Aliança. Sua grande paixão é o cavalo-marinho, que apesar de utilizar alguns personagens, músicas e coreografias comuns ao bumba-meu-boi, tem características próprias.
Foi um dos maiores dançadores de cavalo-marinho da região, interpretando diversos personagens: arrelequim, dama, galante, contador de toada, Mateus (durante nove anos), recebendo por isso o título de mestre. É considerado um dos grandes nomes do maracatu em Pernambuco, uma das maiores autoridades em cultura popular no Estado e o precursor ou “patrono espritual” do manguebeat.
Fundou o Maracatu Piaba de Ouro, em 1997, tendo participado com o grupo do festival de Cultura Caribeña, em Cuba. É o comandante do cavalo-marinho Boi Matuto, que criou em 1968, e do Mamulengo Alegre.
Mestre Salustiano também é um artesão. Além das rabecas é ele quem confecciona os bichos do bumba-meu-boi, cavalo, boi, burra; as máscaras do cavalo-marinho, feitas de couro de bode ou de boi e os mamulengos de mulungu.
É um dos grandes responsáveis pela preservação da ciranda, do pastoril, do coco, do maracatu, do caboclinho, do mamulengo, do forró, do improviso da viola e de outros folguedos populares do folclore nordestino.
Atualmente na Casa da Rabeca do Brasil, situada na Cidade Tabajara, em Olinda, espaço inaugurado recentemente pela família para apresentações de danças, oficinas, encontros de maracatus rurais e cavalo-marinho, além de shows de música regional, acontecem eventos o ano inteiro. Anteriormente, as apresentações eram organizadas por ele no Iluminara Zumbi, arena idealizada por Ariano Suassuna, durante sua gestão como secretário de cultura.
O espaço possui um grande terreiro para as diversas apresentações, bar, salão de danças e uma loja, onde são comercializados produtos de confecção própria, como rabecas, alfaias, pandeiro, mamulengos, além de peças do artesanato de barro de Caruaru.
Na época do carnaval, a Casa recebe caboclinhos, bois, burras, troças, ursos, além do seu maracatu Piaba de Ouro. No Natal, é palco para pastoril, ciranda, cavalo-marinho, entre os quais o Boi Matuto, com a participação de 76 figurantes e 18 pessoas brincando.
Foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1965, e já percorreu com a sua arte a maioria dos estados brasileiros e países como a Bolívia, Cuba, França e Estados Unidos.
Recebeu ainda, em 1990, o título de “reconhecido saber” concedido pelo Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco e o de comendador da Ordem do Mérito Cultural, em 2001, pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
Tem quatro CDs gravados: Sonho da Rabeca, As três gerações, Cavalo-marinho, Mestre Salu e a sua rabeca encantada.
Mistura de músico, produtor, artesão e professor, Mestre Salu segue fazendo turnês nacionais e internacionais, tocando sua rabeca e mostrando sua peculiar fusão de ritmos do folclore nordestino.
Indicado pela Prefeitura de Olinda, foi escolhido pelo Governo do Estado, através da Lei nº 12.196 de 2 de maio de 2002, como Patrimônio Vivo de Pernambuco.
Mestre Salustiano faleceu aos 62 anos, na cidade do Recife, no dia 31 de agosto de 2008.


ARIANO SUASSUNA

Nasceu em João Pessoa, quando o pai, João Suassuna, governava a Paraíba. Ainda na primeira infância mudou-se para Taperoá, no sertão, onde permaneceu até os quinze anos.Em 1942, com 15 anos, foi para o Recife. Matriculou-se no colégio Americano Batista e aí começou a escrever para o recém-inaugurado Teatro dos Estudantes de Pernambuco. Em 1947 concluiu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol, reescrita dez anos mais tarde e adaptada para a televisão. Além desta, é autor de mais dez peças, entre elas Os Homens de Barro, O Auto de João da Cruz, O Auto da Compadecida, Ato Isolado, O Santo e a Porca, A Farsa da Boa Preguiça, A Pena e a Lei. Em 1956, publicou o Auto da Compadecida, que se tornou um marco na história do teatro brasileiro.


CÍCERO DIAS - (1907 – 2002)

O artista plástico pernambucano, dono de uma das obras modernistas mais ricas do Brasil, Cícero Dias, morreu aos 95 anos, em sua casa em Paris, de causa natural. O artista é considerado um dos maiores nomes do modernismo brasileiro. Ele nasceu em 5 de março de 1907 na pequena cidade de Escada, no interior de Pernambuco.Nascido no Engenho Jundiá, pertencente à cidade de Escada, Dias transportou para toda a sua obra as cores, a luz e o realismo mágico que o marcou na Zona da Mata e, em seguida, no Recife.


GILBERTO FREYRE - ( 1900 - 1987 )

O Pernambucano , sociólogo, escritor e antropólogo, Gilberto Freyre foi o intelectual nacional mais premiado no exterior e se tornou um verdadeiro marco na sociologia brasileira. Nasceu em Recife, em 1900 e, ao longo de 87 anos de vida, criou uma incomparável série de obras de História e Sociologia. Ao escrever Casa Grande & Senzala marcou o início de uma nova fase, colocando no centro das atenções a questão da família brasileira. O ano de 2000 foi decretado ANO DE GILBERTO FREYRE por decreto presidencial em 13 de julho de 1999 e em 07 de maio de 1999 pela Assembléia Estadual de Pernambuco. Também houve decreto das Prefeituras de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes em Pernambuco.

CAPIBA - (1904-1997)

Lourenço da Fonseca Barbosa, ou melhor dizendo, Capiba, cantor e compositor, pernambucano, nascido na cidade de Surubim, interior de Pernambuco no dia 28 de outubro de 1904, se tornou referência da música pernambucana, em particular, do frevo que é um dos ritmos tradicionais e característicos da terra.Capiba é o grande compositor pernambucano de frevo-canção tendo composto centenas delas além de frevos-de-bloco, maracatus, frevos de rua, sambas, chorinhos e outros ritmos. Seu grande intérprete sempre foi o cantor pernambucano Claudionor Germano. Seus frevos mais famosos são : É de Amargar, Manda Embora Essa Tristeza, Linda Flor da Madrugada, Cala a Boca Menino, Trombone de Prata, Madeira que Cupim não Rói, Oh Bela, Juventude Dourada.

MANUEL BANDEIRA - (1886-1968)

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho , pernambucano de Recife, nasceu no no dia 19 de abril de 1886, em um sobrado recifense da então Rua da Ventura, nº738 - atual Rua Joaquim Nabuco, onde hoje é instalado o restaurante Mafuá do Malungo que cultua sua memória.Filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira.É uma das figuras mais importantes da poesia brasileira e um dos iniciadores do Modernismo. Apesar de ser um poeta fabuloso, também foi ensaísta, cronista e tradutor. O próprio autor define sua poesia como a do "gosto humilde da tristeza". Grandes músicos de seu tempo como Heitor Villa-Lobos musicaram poemas seus. No final da história, Bandeira transcendeu o Modernismo. Já novo gostava da leitura, mas teve que abandonar a faculdade por ter contraído tuberculose. Passou doente toda vida, apesar das várias estadas em clínicas brasileiras e até na Suíça.

VICENTE DO RÊGO MONTEIRO

Nasceu em Recife, em 19 de dezembro de 1899. Vicente do Rego Monteiro, pintor, um dos artistas brasileiros que encarna os ideais propostos por Mário de Andrade, durante a Semana de Arte Moderna de 1922. Sua pintura utiliza imagens estranhas, sem se prender a nenhum tempo ou escola. Vicente do Rego Monteiro usou, em sua obra, a tradição pernambucana, o barroco, a arte marajoara e a influência do cubismo da Escola de Paris. Sua grande fase foi entre as décadas de 1920 e 1930.


CHICO SCIENCE - (1966 – 1997)

Cantor, compositor. Francisco de Assis França, criado no bairro do Rio Doce, em Olinda. Naquela época, o garoto Chico ganhava uns trocados durante o dia fazendo "biscates" na vizinhança, para garantir a entrada nos bailes funkies dos finais de semana. Seus ídolos eram James Brown, Sugar Hill Gang, Kurtis Blown, Grand Master Flash e outros grandes nomes da Black Music. No início da década de 80 participa de grupos de dança e hip hop antes de ingressar nas bandas Orla Orbe e Loustal, influenciadas por ritmos e estilos norte-americanos como o soul, o funk e o rap. Por volta de 1991, passa a conviver com o bloco afro Lamento Negro, de Olinda. Com isso, cria uma fusão entre a música pop americana e os ritmos pernambucanos, em especial o maracatu.


Alceu Paiva Valença

Nasceu no interior de Pernambuco, em São Bento do Una, 1 de julho de 1946, nos limites do sertão com o agreste. É considerado um artista que atingiu maior equilíbrio estético entre as bases musicais nordestinas com o universo dos sons elétricos damúsica pop. Seu disco de estréia foi gravado em parceria com Geraldo Azevedo. Influenciado pelos negros, maracatus, cocos e repentes de viola, Alceu conseguiu utilizar a guitarra, com baixo elétrico e, mais tarde, com o sintetizador eletrônico nas suas canções. Por conta disso, conseguiu dar nova vida a uma gama de ritmos regionais, como o baião, coco, toada, maracatu, frevo, caboclinhos e embolada e repentes cantados com bases rock and roll. Sua música e seu universo temático são universais, mas a sua base estética está fincada na nordestinidade. O envolvimento de Alceu com a música começa na infância, através dos cantadores de feira da sua cidade natal. Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês , três dos principais irradiadores da cultura musical nordestina, foram captados por ele pelos nostálgicos serviços de alto-falante da cidade. Em casa, a formação ficou por conta do avô, Orestes Alves Valença, que era poeta e violeiro. Aos 10 anos vai para Recife, onde mantém contato com a cultura urbana, e ouve a música de Orlando Silva e Dalva de Oliveira, alternando com o emergente e rebelde ritmo de Little Richard, Ray Charles e outros ícones da chamada primeira geração do rock and roll.


Mestre Vitalino - (1909 - 1963)

Vitalino Pereira dos Santos, o Mestre Vitalino, nasceu no dia 10 de julho de 1909, no Sítio Campos, em Caruaru, Agreste pernambucano. Morava no Alto do Moura, uma vila a cerca de seis quilômetros de distância do centro da cidade.
Fazia peças como retirantes, casa da farinha, terno de zabumba, batizado, casamento, vaquejada, pastoril, padre, Lampião, Maria Bonita, representando seu povo, o seu trabalho, as suas tristezas, as suas alegrias. Retratava em suas peças o seu mundo rural. Mais tarde, começou a fazer obras sob encomendas: dentistas, médicos operando, etc. Passou também a pintar as figuras para agradar aos compradores da cidade, que tentavam "inspirar" o Mestre. Carimbava as suas peças, mas, a partir de 1950, analfabeto que era, aprendeu a autenticar a sua obra, com o seu nome.
Foi o artista plástico Augusto Rodrigues quem revelou o trabalho de Vitalino para o resto do País, organizando, em 1945, sua primeira exposição no Rio de Janeiro.
Após sua morte, foi inaugurada, no Alto do Moura, a Casa Museu Mestre Vitalino, onde estão expostas as suas principais peças. Sua produção é estimada em cerca de 130 peças, que são cuidadosamente reproduzidas pela família. Hoje os seus trabalhos mais valorizados são os da primeira fase de sua obra, em especial aqueles em que os olhos dos bonecos são vazados e não pintados. Os seus filhos, netos e bisnetos continuam o seu trabalho até hoje.

João Cabral de Melo Neto - ( 1920 - 1999 )

João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife, em 9 de janeiro de 1920. Parte da infância de João Cabral foi vivida em engenhos da família nos municípios de São Lourenço da Mata e de Moreno (PE). Aos dez anos, com a família de regresso ao Recife, o escritor ingressou no Colégio de Ponte d'Uchoa, dos Irmãos Maristas, onde permanece até concluir o curso secundário. Em 1938, freqüentou o Café Lafayette, ponto de encontro de intelectuais que residiam no Recife.
No Rio, depois de ter sido funcionário do DASP, inscreveu-se, em 1945, no concurso para a carreira de diplomata. Daí por diante, já enquadrado no Itamarati, inicia uma larga peregrinação por diversos países. Eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de agosto de 1968, tomou posse de sua cadeira em 6 de maio de 1969. Em 1984, é designado para o posto de cônsul-geral na cidade do Porto (Portugal). Em 1987, volta a residir no Rio de Janeiro.
Da obra poética de João Cabral podemos mencionar os seguintes títulos: "Pedro do sono", 1942; "O engenheiro", 1945; "O cão sem plumas", 1950; "O rio", 1954; "Quaderna", 1960; "Poemas escolhidos", 1963; "A educação pela pedra", 1966; "Morte e vida severina e outros poemas em voz alta", 1966; "Museu de tudo", 1975; "A escola das facas", 1980; "Agreste", 1985; "Auto do frade", 1986; "Crime na Calle Relator", 1987; "Sevilla andando", 1989.

2 comentários:

  1. EU ACHO O MAXIMO ESSE CITE POIS EU COMO PERNAMBUCANO POSSO SABER AS PRINCIPAIS PERSONALIDADES DO MEU ESTADO. DESTES QUE ESTAM AÍ EU SO SABIA DO MESTRE VITALINO.

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  2. MARAVILHOSO SITE,ADOREI AS INFORMAÇÕES.SOU EDUCADORA ( E CARIOCA) E ESTE ANO ESTAMOS TRABALHANDO O TEMA PERNAMBUCO MIL ENCANTOS E DESTACANDO PERSONALIDADES DO ESTADO.

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